Cada linha pode ser vista, lida, interpretada e sentida de quantas maneiras nos permitirmos caminhar por elas. E talvez tenha sido isso... nos permitimos demais. Acho que toda aquela euforia espontânea não está perdida, nem tampouco deixada de lado. Encontrou outros espaços. Sinto, às vezes, que é como redescobrir. E ao ler isso hoje, antes de tudo, antes de qualquer outra coisa, como se o meu dia não pudesse ter início sem que antes eu passasse os olhos por suas linhas, me fez mudar todos os meus planos, refazer trajetos, voltar em casa e buscar a mochila. Não queria voltar tão cedo. E acredite: Murphy foi lei por muito tempo. Insistiu, testou minha paciência, me fez prisioneira dessa liberdade velada que chamam de livre arbítrio.
E quando aqui cai, enfim, pude sentir minha respiração voltar ao normal. Tanto esforço tinha que ter valido a pena. Ri de lado com a ironia de pensar que você tinha razão. Eu nem desconfiava. Mas foi quase um chamado. Ou poderia dizer: uma chamada. Essas mesmo em que você responde “presente”.
Sim, estamos presentes. Presentes na singularidade que cada uma de nós dentro da nossa ingenuidade ou não, ou na fé de algo que julgamos imutável, vai revirar cada vez que voltarmos a passar os olhos nessas “entrelínguas”.
Esse sim merecia uma data. Precisava de uma referência temporal que nos mostrasse o quanto estávamos longe e nos queríamos perto. Saber por quanto tempo ainda suportaríamos inventar o insuportável. Daqui pra frente poderemos até nos preocupar mais uma vez com prazos, mas nunca mais com datas. Que isso não se torne um aniversário. Não quero comemorar a nossa ausência.
Agora podemos começar de novo.
Me faço P-R-E-S-E-N-T-E.